Descobri ao acaso este filme na amazon prime e é a minha cara (ou nossa), pois trata da nossa temática. Se puderem, assistam ... Muita identificação.
Escrito e dirigido pelo estreante Paul Downs Colaizzo a partir da história real de uma amiga do cineasta, “A maratona de Brittany” acompanha uma jovem festeira e sedentária que trabalha como recepcionista de um espetáculo off-Broadway. Sem ideia do que fazer com a própria vida, encara a rotina de chegar em casa de manhã e abrir uma garrafa de vinho. A repetição da cena vai gerando angústia, especialmente quando ela vê pessoas conhecidas tomando rumos aparentemente bem-sucedidos.
O que já não ia bem piora quando Brittany decidir fazer um check-up, com a real intenção de manipular o médico para conseguir a prescrição de um coquetel de anfetamina, que pretende usar para ficar doidona nas festas. Não dá certo, claro. E ela ainda recebe a notícia de que o resultado dos exames foi péssimo e precisa emagrecer o quanto antes.
Sem dinheiro para pagar uma academia, Brittany entra num grupo de corrida, toma gosto pelo esporte e define como meta treinar para a Maratona de Nova York. Emagrece, ganha confiança e chega a se “sentir mais mulher”, segundo diz numa cena. Mas será que a premissa não contradiz a mensagem de autoaceitação que o filme quer passar?
— Apesar da sugestão do médico, não é um filme sobre a necessidade de perder peso, e sim de fazer escolhas saudáveis — defende Jillian, que emagreceu quase 20 quilos durante as filmagens para dar realismo à transformação da personagem. — Tenho amigos que receberam a mesma orientação médica, mas a questão é que Brittany estava empacada até descobrir algo que a faz feliz.
Antes de se sentir confortável na própria pele, a protagonista se compara com todo mundo à sua volta. A começar pela colega de apartamento, Gretchen (Alice Lee), que tem um metabolismo tão acelerado que evita fazer exercício aeróbico para não “desaparecer”. E pela vizinha Catherine (Michaela Watkins), que Brittany detesta só por assumir que ela tem a vida perfeita (spoiler: não tem).
— Hoje, com as redes sociais, o simples ato de ver fotos alheias, de viagens ou mesmo de trabalho, já é o suficiente para disparar o pensamento: “Eu não estou fazendo nada com a minha vida”. É angustiante. Eu defendo cuidarmos da nossa saúde mental justamente para bloquear esse tipo de autossabotagem. Falta consciência de que é possível se sentir bem independentemente do seu peso.
Jillian lamenta que a pressão seja maior para as mulheres:
— Infelizmente a sociedade nos trata de maneira diferente por causa da aparência. Eu mesma já sofri com isso. Por isso este é o filme que eu gostaria de ter visto quando menina.