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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Amor ♥


“Nos anos 70, Marina Abramovic viveu intensa história de amor com Ulay. Quando sentiram que a relação já não valia, decidiram percorrer a Grande Muralha da China, dar um último grande abraço e nunca mais se ver. 23 anos depois o MoMa de NY dedicou retrospectiva a sua obra. Nela Marina compartilhava 1 minuto de silêncio com cada estranho que sentasse a sua frente. Ullay chegou sem ela saber, e foi assim ... 




The New Yorker
A carreira de Marina Abramovic divide-se em três períodos: antes, durante e depois de Ulay, pseudônimo de Uwe Laysiepen. Ele era filho de um soldado nazista, nascido no dia 30 de novembro - mesmo dia de Marina - de 1943, em um abrigo antiaéreo em Solingen, cidade industrial da Westfália que sempre produziu a famosa cutelaria alemã: primeiro, espadas, e depois, facas e navalhas. Aos 15 anos, Ulay ficou órfão e teve que se virar sozinho. Marina o encontrou no dia 30 de novembro de 1975. O dono de uma galeria em Amsterdã pediu que ele a buscasse no aeroporto e ajudasse na logística da filmagem da performance Thomas Lips para a TV holandesa. A química entre eles foi imediata. As primeiras impressões dela foram de uma pessoa alta, magra como um astro do rock e excentricamente estranha. "Ele tem um rosto de coração", ela lembrou, aludindo à dualidade do órgão. "Metade é de um homem duro, que não se barbeia, com cabelos curtos. A outra metade está maquiada, com longos cabelos e, como eu, prende-os com pauzinhos." Até então, a arte de Ulay resumia-se em autorretratos com uma Polaroid, documentando suas experiências com mutilação - piercing, circuncisão, tatuagens - e uma obsessão com o duplo: a dualidade macho/fêmea.
Muralha da China
Naquela noite, após um jantar turco - ele mostrou o diário dele, ela mostrou o dela. Ambos haviam arrancado a página de seu aniversário, coisa que ela encarou como um sinal cármico -,ela me disse: "Fomos diretamente para a casa dele e ficamos na cama durante dez dias". E acrescentou: "Quando voltei para casa, fiquei desesperada de amor e não conseguia andar ou falar". Ela estava casada, naquela época, com um colega da Academia de Belas Artes de Belgrado, mas essa união era um tanto estranha. Cada um vivia com seus próprios pais, e Marina tinha um rígido toque de recolher: dez horas. (Eles se divorciaram em 1977.) A mãe de Marina chamou a polícia quando a filha "fugiu" alguns meses mais tarde, aos 29 anos, para reencontrar sua alma gêmea.
Marina e Ulay fizeram arte simbioticamente durante 12 anos nômades, entre 1976 e 1988. Passaram um ano inteiro com aborígenes no deserto australiano. Amsterdã era sua base, mas sua casa na estrada, na Europa, era uma van. A união dos dois também passou por muitas surras e curativos, mas, no fim, não resistiu às exigências da intensa proximidade, de feridas primordiais ou da discrepância de ambição sugerida por Ulay em um e-mail. "É muito importante entender o quanto Marina investe em sua carreira artística. Isso é sua vida", escreveu. "Esse é um dos motivos pelos quais ela nunca quis filhos." A separação foi devastadora para ela, pois conseguia enfrentar qualquer revés, exceto o abandono. Marina ainda acredita no amor verdadeiro e dispensa a afeição com a mesma intensa determinação que a deseja. Mas refletiu: "Todos se esforçam tanto para começar um relacionamento e tão pouco para acabar com ele". No dia 30 de março de 1988, Marina e Ulay fizeram sua última performance. Ela começou a caminhar pela Muralha da China vinda do leste, nas montanhas, e Ulay saiu do oeste, em um deserto. Após três meses, e milhares de quilômetros, encontraram-se no meio e se deram adeus.













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11 comentários:

Larissa disse...

Eu assisti ao video e fiquei com a impressão de que tinha algo de sagitariano no ar ( eu sou sagitariana). Agora, aqui no teu blog, vejo que os dois eram sagitarianos, ainda vejo mais detalhes dessa história tão linda.
Confesso que chorei quando assisti ao minuto de silêncio. Aqueles olhares falaram tanto! :)

Paty_Nunes disse...

Chorei aqui e depois fui em busca de mais informações sobre a história deles.

Paty N

Lya disse...

Larissa, obrigada!
Lygia

Aline disse...

chorei...

Débora disse...

Que forte, esse vídeo. Super carregado de emoção.

Unknown disse...

O que eu gostei mais foi a frase dela: "Todos se esforçam tanto para começar um relacionamento e tão pouco para acabar com ele"
bjs

Rosana Ariano disse...

Tudo o que há nesse blog só me acrescenta. Obrigada!

Anônimo disse...

Tá rolando comentário geral na rede que o reencontro foi uma farsa, já havia sido combinado.

=/

camiladmt disse...

Que lindo! Me emocionei bastante também. Que olhares significativos! Obrigada por compartilhar. Beijos :)

camiladmt disse...

Que lindo! Me emocionei bastante também. Que olhares significativos! Obrigada por compartilhar. Beijos :)

Fe disse...

Lindo! Momento único!