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terça-feira, 30 de agosto de 2011

REVISTA TRIP !


Me sinto cada dia mais feliz por deixar de COMER carne !




Comer carne, um ato aparentemente banal, traz uma série de implicações para a saúde das pessoas, o meio ambiente e o bem-estar dos animais que muitas vezes nem passam pela cabeça de quem consome. Mas nem tudo está perdido... Ainda. informe-se e coma melhor


Quando compramos uma bandeja de carne no supermercado ou pedimos um inocente hambúrguer, pouca gente se dá conta de que ali está um pedaço de um animal. E que aquela refeição tem cada vez mais impacto no meio ambiente. Foi-se o tempo em que a maioria da carne vinha de fazendas onde os animais eram criados soltos e podiam, bem ou mal, viver como sua espécie deveria viver. O que comemos hoje na maior parte é fruto de uma criação em escala industrial, na qual os animais são geneticamente preparados, têm a mobilidade restrita em confinamentos superlotados e estressantes e recebem uma dieta carregada de aditivos. A produção, o tratamento e o abate muitas vezes são feitos de maneira cruel e dolorosa. Informações que passam bem longe de cardápios e rótulos. “A carne é uma indústria de US$ 140 bilhões anuais, que ocupa perto de um terço de todo o território do planeta, molda os ecossistemas do oceano e pode determinar o futuro do clima da Terra”, diz Jonathan Safran Foer no livro Comer animais (ed. Rocco), em que relata como funciona a produção da carne em escala industrial. Como muitos que decidiram explorar o assunto, virou vegetariano convicto. Nas próximas páginas, reunimos dados que mostram o que está por trás dos pedaços de animais oferecidos em restaurantes e supermercados. Não consegue, nem quer, viver sem carne? Tudo bem. Mas é bom que saiba o que isso significa. Para você e para o resto do planeta.

Angelo Christo/ Corbis/ Latinstock
Cérebro de porco
Cérebro de porco
Considerados bichos inteligentes e sensíveis, os porcos têm um grau mais alto de autoconsciência e maior capacidade de interação do que certos humanos com lesões cerebrais ou em estado de senilidade.
Porcos têm linguagem. Com frequência atendem quando são chamados (pelos humanos e pelos outros porcos), gostam de brinquedos (e têm seus favoritos) e são capazes de jogar videogames com controles adaptados aos focinhos.
Porcos de granja normalmente são abatidos quando chegam a cerca de 100 kg. Se continuassem a viver, poderiam passar dos 350 kg.
Por conta própria, os leitões tendem a ser desmamados com cerca de 15 semanas, mas nas granjas industriais eles são desmamados com 15 dias. Com essa idade, não conseguem digerir direito comida sólida, por isso recebem remédios contra diarreia.
Uma série de antibióticos, hormônios e outros produtos farmacêuticos na comida dos animais mantém a maioria deles viva até o abate, a despeito das condições de higiene e confinamento em que são mantidos.
Não é incomum porcos aguardando o abate terem ataques cardíacos ou perderem a capacidade de se locomover.
Com 38 milhões desses animaiso Brasil é o quinto maior produtor de carne suína do mundo, atrás de China, EUA, Alemanha e Espanha.
Criações de Porcos em extremo confinamento são laboratórios ideais para o aparecimento de novos vírus que podem nos infectar. Infectologistas apontam que as criações intensivas de porcos e frangos são as mais perigosas fontes de vírus potencialmente letais aos humanos.

Lester Lefkowitz/ Corbis/ Latinstock

A pesca de atum provoca a morte de outras 145 espécies capturadas por acidente, incluindo baleias, tubarões, arraias e tartarugas. Para produzir cada prato de sushi de atum é necessário outro prato de 1,5 m de diâmetro para conter todos os animais que foram mortos “sem querer” durante a pesca.

De cada dez atuns, tubarões e outros grandes peixes que viviam nos oceanos há cem anos sobrou apenas um. Muitos cientistas preveem o colapso de todas as espécies - alvos de pesca em menos de 50 anos.

Antigamente os pescadores localizavam os cardumes de atum e então os puxavam no braço, um por um, com vara, linha e gancho. Hoje isso é passado, são usadas pesca de arrastão ou espinhel.

1,4 bilhão de anzóis são lançados por ano com espinhel (em cada um é usado como isca carne de peixe, lula ou golfinho).

Quase todos os peixes e frutos da pesca hoje contêm traços de mercúrio, metal tóxico que se acumula no organismo dos animais (humanos também) e pode afetar o sistema nervoso e causar demência. O risco varia de acordo com a quantidade e a espécie de peixe consumida.

Quanto maior o peixe e quanto mais tempo ele tiver de vida maiores são as chances de acumular o metal. Segundo a FDA (agência que controla alimentos e medicamentos dos EUA), tubarão, peixe-espada e cavalinha são espécies que devem ser evitadas.

A maioria do salmão que comemos vem da aquicultura. Uma fonte de problemas nessa atividade é a presença abundante de parasitas que prosperam em águas não correntes – em número 30 vezes maior do que o normal.


    Elohim Barros/ www.flickr.com/elohimbarros

    O Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina e possui o segundo maior rebanho, com 205 milhões de bois e vacas – mais do que um animal por habitante. O rebanho só fica atrás do da Índia, onde é proibido matar vacas.
    A pecuária é a causa número um das mudanças climáticas. Estudos da ONU apontam que o setor é responsável por 18% das emissões de gás estufa,40% a mais que todos os meios de transporte do mundo – carros, caminhões, trens e navios – juntos.
    O Brasil é o quarto maior emissor mundial de gases de efeito estufaprincipalmente por causa das queimadas e do desmatamento da AmazôniaA criação de bovinos é responsável por 80% do desmatamento da floresta brasileira, segundo o Ministério do Meio Ambiente. Nos anos recentes, a cada 18 segundos 1 hectare da Amazônia foi convertido em pasto.
    O maior consumidor mundial de carne bovina são os Estados Unidos, seguidos de União Europeia e Brasil. Segundo o IBGE, cada brasileiro consome em média 34,7 quilos de carne bovina por ano.
    Para produzir 1 quilo de carne de boi são necessários 15 mil litros de água. A produção de 1 quilo de arroz consome 3 mil litros de água.
    Por meio de arrotos e flatulências, o boi libera metano, um gás com potencial de efeito estufa 20 vezes maior do que o dióxido de carbono.
    Um dos principais alvos de críticas dos grupos de defesa dos animais é a produção da vitela, a carne de bezerros. Sua maciez e brancura vêm do fato de que os animais são alimentados apenas com leite e criados em baias minúsculas, que os impedem de se locomover e criar músculos.

    The Scruffy Dog Barkery


    Produtores de ovos muitas vezes manipulam a comida e a luz a fim de aumentar a produtividade. O objetivo é reprogramar o relógio biológico das galinhas para que comecem a pôr os ovos mais cedo. Galinhas criadas em escala industrial põem mais de300 ovos por ano – duas ou três vezes mais do que na natureza.

    A maioria dos filhotes machos das galinhas poedeiras é destruída por não terem “valor comercial”. Boa parte dos pintinhos é sugada por canos até uma placa eletrificada. Outros são enviados para trituradores.
    Na produção industrial, a galinha não é criada de forma livre – não pode andar, ciscar e reproduzir seu comportamento natural. Muitas vezes até quatro animais são colocados numa mesma gaiola de meio metro quadrado. O estresse do confinamento e da superlotação provoca o canibalismoPara não correr o risco de uma galinha devorar a outra, os bicos são cortados desde cedo.
    Assim como os porcos, aves criadas dessa forma industrial são focos para o aparecimento de novos vírus que podem infectar o homem.
    As galinhas de antigamente tinham uma expectativa de vida de 15 a 20 anos, mas o frango de corte moderno é abatido em seis semanas.
    O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de carne de frango, atrás dos EUA e da China. Em 2009 foram abatidos 4,7 bilhões de frangos no país.

    O QUE FAZER?
    Se você não quer deixar de comer carne
    Reduza o consumo. Comece aderindo à Segunda-feira sem carne (www.svb.org.br/segundasemcarne),que tem Paul McCartney como garoto-propaganda.
    Dê preferência a carnes com certificado de bem-estar animal, como o do frango da marca Korin.
    Prefira carne bovina orgânica, de bichos criados soltos e alimentados em pasto sem agrotóxico. Diversos supermercados comercializam esse tipo de produto. Pergunte ao gerente.
    Consuma ovos caipiras, de galinhas criadas soltas e alimentadas com cereais orgânicos. A granja Yamaguishi é referência nesse tipo de criação.
    Pressione os supermercados para exigir dos fornecedores um sistema de rastreamento que garanta que a carne vendida não venha de áreas de desmatamento ilegal da Amazônia.
    Escolha peixes com baixa concentração de mercúrio, como o salmão. Para ter uma idéia sobre os níveis de contaminação, consulte a tabela feita pela FDA: http://tinyurl.com/37m3r7r.
    Pin It now!

    26 comentários:

    Renata Alves disse...

    Larissa,
    Eu não sou muito fã de carne,e estou tentando cada vez mais ficar sem.Já fiquei 1 mês sem carne nenhuma.
    Essa matéria choca,neh?
    Eu já tinha um certo nojo em comer carne de bicho morto,agora então...afff!

    sonia lucia disse...

    Adorei,vai servir de incentivo para que eu pare de comer carne.è desumano o tratamento que é dado aos animais,revoltante,como o ser humano é cruel,fiquei chocada.
    Vou passar pra minha filha ler,ela também quer parar de comer carne,vamos conseguir e dar nossa contribuição para o bem estar do planeta.

    bjs!!!

    Yuri* disse...

    Olá Larissa,
    Achei ótima a matéria. Nunca fui muito de comer carne. Há anos não como carne de porco. Mas, gosto muito de peixe.
    Uma perguntinha para você:
    Você deixou de comer coxinhas e pãozinhos de queijo? Ou ovo você ainda consome?
    Beijos e amo muito o seu cantinho aqui!

    Kassia disse...

    Oii Flor, amei a matéria..
    Eu consumo carne,masmeu sogro tem um sitio e tudo vem de lá, carne vermelha ovos caipira, galinha eu não como me da uma dor no coração de ve a bichinha morta, queria que fosse assim com a carne vermelha tbm,é dificil fica sem mas eu vou tentar, vou pesquisa bastante..
    Meu dia é mais feliz com vc..
    Kassia Santos

    najlauar disse...

    Agora eu sei pq vc parou de comer carne .... Meu Deus...
    Escreva esta Frase no google: "why love one but eat the other"
    Bjusss tenha um bom dia
    Najla

    Wilma disse...

    Querida Larissa, gosto muito do teu blog e hoje ainda mais! Sou ovo-lactovegetariana a 12 anos, tenho dois filhos vegetarianos que foram gerados sem nenhuma carne. Somos muito saudaveis e felizes!! Sinto muito orgulho de não contribuir com essa desarmonia ambiental! Parabens pela divulgação desse assunto tão importante!
    Um grande abraço vegetariano pra vc!!
    Wilma

    Elen disse...

    Tem anos que não como carne, não gosto do gosto dela. Todos deveriam ler essa matéria. Vamos divulgar para o máximo de pessoas possível.
    Obrigada

    Elen disse...

    esses vídeos deveriam ser divulgados:

    http://www.vegansoapbox.com/the-vegas-billboard-project-2/

    Acabou com meu dia.

    Meu emagrecimento disse...

    Uma forma de deixar de comer animais é visualiza-los vivos na hora que for comer. duvido que consiga comer.
    Nessa

    Anônimo disse...

    Quando vejo essas matéria eu fico muito tentada a riscar a carne do meu cardápio. Tenho uma amiga que é vegetariana e os niveis de colesterol são baixíssimos. Uma vez li um artigo falando sobre os altos indices de colesterol total e frações em pessoas consumidoras de carne...Realmente assustador...

    Denise disse...

    Olá Larissa, amei essa matéria, eu não sou fã de carne, mas acabo comendo por não saber direito o que comer para substituir os nutrientes e proteínas contidos na carne, você poderia nos dizer para assim abolirmos a carne de nossas vidas. Parabéns mais uma vez !

    Luiza disse...

    Aiai.. Realmente o EXAGERO no consumo de carne traz enorme impacto pro meio-ambiente e pra saúde. Mas tem muitas inverdades nessa matéria, e em varias outras veiculadas na mídia. Posso falar em relação a criação de suínos e aves brasileiros, eles NÃO consomem hormônios e NÃO são fonte de vírus letais para os humanos, o contrário seria o mais possível, não são desmamados com 15 dias e sim, digerem comida sólida.
    Defenda sua causa com as bandeiras corretas.
    Bjos

    fantastico mundo de josi disse...

    Parabéns Larissa! O conteúdo do blog está cada vez melhor. Adorei! Bjs

    Nova Borboleta ... disse...

    LINDA, LINDA SUA MATÉRIA, EU TMB TENHO CONSEGUIDO ME LIVRAR CADA VEZ MAIS DAS CARNES, TENHO FÉ QUE UM DIA NÃO VOU COLOCAR MAIS NEM UM PEDACINHO EM MINHA BOCA!!! SARA, VC É DEMAIS....BJOS

    Amanda disse...

    Matéria chocante !
    Já fui vegetariana,quero voltar a ser.....

    O Fantástico Mundo de Fabi! disse...

    Oiii! Não como carne nenhuma há mais de 3 anos e te desejo muita luz e sucesso nesse caminho! Beijo

    Simone disse...

    Olá Larissa,

    Sou vegetariana desde 2006 e apesar do que muitos dizem, ser vegetariano é saudável. Todos os meus exames tem resultados excelentes.
    Saber que não sou responsável pela morte de animais é um sentimento maravilhoso.

    Bjs e parabens por abordar um assunto tão pouco explorado no Brasil!

    Simone

    Anônimo disse...

    Eu bem que gostaria de fazer isso, já fui vegetariana por uns 8 meses, mas agora que fiz a bariátrica, não tem como mesmo... Até cheguei a conversar com meu médico sobre isso, mas ele desaconselhou totalmente... :/

    Bel Manjericão disse...

    Não sou vegetariana, mas deixo de comer carne por causa da idéia de consumir menos. Passo dias sem. Também não sinto aqueeela falta. Mesmo que sentisse, ia dar um jeito de trabalhar a cabeça nesse sentido.

    Fadas artesã disse...
    Este comentário foi removido pelo autor.
    Fadas artesã disse...

    Seu blog esta cada dia melhor , sempre trazendo informações uteis
    bjs

    Liny disse...

    Acho que cada um fala o que conveniente para si... Se nao gosta de carne, fal da carne... se nao toma leite, fala do leite, se nao come carboidratos, fala dos carboidratos... Eu acho que temos que ser mais flexiveis e nao radicalizar tudo.

    Rafaela Harumi Nakasone disse...

    Parabéns pela decisão. Não como carne há mais de 6 anos e há quase 1 não como nenhum produto de origem animal, como ovos, leite, mel, etc. Por isso, suplemento vitamina B12 diariamente. Estou em processo de emagrecimento também, sendo que emagreci 16kg nos últimos 3 anos, faltando 4kg para a meta.

    Grace disse...

    Parabéns pelo post. Consumo consciente é a base para a transformação que o mundo precisa para a continuidade...

    Nanda disse...

    Fazia tempo que eu não passava no seu blog e foi uma feliz surpresa ver que você também se tornou vegetariana. Parei de comer carne há um tempo já, e a leveza que isso traz... não tem preço. Eu parei porque adoro animais, e nunca comeria um dos meus gatos. Qual é a grande diferença entre um deles e uma vaca, uma galinha? Aliás, nem a gente é tão diferente, todos temos medo, e ninguém deveria morrer para o outro satisfazer um desejo. Seu blog divulgando isso vai tocar muita gente, parabéns pela iniciativa. Beijos!

    Thiago Witt disse...

    Deixar de comer carne não significa deixar de matar animais. Para criar os campos de cultivo de grãos, ecosistemas inteiros são destruidos, as áreas de plantio são praticamente esterilizadas, matando tudo que existia ali, incluindo as bactérias do solo. E os tratores e máquinas de colheita esmagam qualquer animal que ainda tenha restado. Para alguns viverem, outros tem que morrer, e não há nada que possamos fazer a respeito.

    Dito isto, sou a favor do consumo de carnes de animais criados soltos, com cuidados com o bem-estar e alimentação adequadas.